segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Portimonense empata líder!

Leixões 0 - Portimonense 0
Muitos tiros contra uma barreira invisível

Em domingo gordo, a eficácia do Leixões entrou num incomodativo jejum e sem alternativas capazes de diluir uma barreira invisível que protegeu a baliza do Portimonense do ataque feroz dos avançados locais. O empate a zero é demasiado magro para as contas do líder, a uma semana da deslocação a Santa Maria da Feira, no grande confronto da prova. O ponto foi gerido até à exaustão pelo Portimonense, que poucas vezes ousou chegar à área de Beto.
O Leixões entrou em campo disposto em fazer um rápido resumo do que pretendia para este jogo, mas desde logo foi contrariado por erros de cálculo de Jorge Gonçalves e
de Roberto nos tiros à baliza e também pela ginástica do guarda-redes Michael. Apesar deste impasse, a vontade da equipa da casa crescia perante o rigor defensivo dos algarvios, mais voltados para os lançamentos longos para os contra-ataques de Pintassilgo. Aos 30', gritou-se penálty no "Mar", num pretenso toque de Marco Almeida a Jorge Gonçalves, mas ficou a impressão de que falhou foi a pontaria do avançado leixonense. Um corte exímio de Rui Ferreira inviabilizou um golo de Roberto, em mais uma situação para mexer com os nervos dos locais.
Refrescadas pelo intervalo, as duas equipas encheram os primeiros cinco minutos de tensão e com a promessa de que o nulo não persistiria. O Portimonense foi galgando terreno por entre os lances perdidos no meio-campo e alguma fragilidade no corredor esquerdo, aconselhando Vítor Oliveira a mudanças. Com Filipe e Cristóvão a situação melhorou e mais tarde a presença de Cícero obrigou o técnico Luís Martins a reagir com a altura e o físico de João Pedro. A ansiedade tomou conta da acção dos leixonenses, nos derradeiros 15', cada vez mais irritados com o desperdício e com as cautelas do adversário, embalado por fugazes, mas perigosos, contra-ataques.


MOMENTO: 34'
Cabeça maldita

A bola já tinha rondado a baliza de Michael com remates imprecisos, até que Roberto acertou a pontaria num cabeceamento perfeito, traçando no ar a trajectória em direcção ao alvo certo. Num ápice, a cabeça de Rui Ferreira deitou por terra o sonho do golo.


Lances-chave

8' Em posição frontal à baliza, Roberto cabeceou muito por cima da barra
17' Aproximação perigosa de Jorge Gonçalves que erra no jeito de rematar
27' Num canto cobrado por Nuno Amaro, Roberto aproveitou para alvejar baliza do Portimonense, mas Michael adivinhou a orientação do lance
30' A marcação de Marco Almeida perturba o ângulo de visão a Jorge Gonçalves, que não consegue dar o jeito certo à bola
34' Rui Ferreira desviou um cabeceamento de Roberto que levava selo de golo
39' Guarda-redes Beto segura sem dificuldade remate de Pintassilgo
50' Um erro de cálculo desfaz o cabeceamento de Roberto, no seguimento de cruzamento de Pedro Cervantes
51' Em rápido contra-ataque, Pintassilgo obrigou Beto a defesa apertada
70' Jorge Gonçalves viu o pé do guardião Michael a negar-lhe o golo
84' Mais uma vez, Jorge Gonçalves arranca em direcção da baliza, deixa para trás um defesa, fica só com a oposição do guarda-redes, mas a imprecisão do remate desvia a bola para fora


Destaques no Leixões


Beto
Passou a esmagadora maioria do encontro a observar os colegas a desperdiçar golos, mas esteve impecável quando foi chamado a intervir. Pintassilgo que o diga.
Alexandre
No seu jeito aventureiro, fez do seu flanco um dos caminhos privilegiados para a atacar a baliza algarvia. Do seu pé direito saíram vários cruzamentos para a zona do golo, mas ninguém lhe fez a vontade
Jorge Gonçalves
É verdade que errou a baliza de forma quase escandalosa. Vítor Oliveira deve mesmo estar a preparar-lhe uns minutos-extra de treino para explicar-lhe como se fuzila sem dó nem piedade. Mas ninguém o pode acusar de não correr, de não lutar ou de virar a cara à luta. Porque, aí, é um exemplo...


Destaques no Portimonense


Michael
Por vezes de forma pouco ortodoxa, foi levando a água ao seu moinho e manteve a baliza longe de remates indiscretos. Seguro entre os postes.
Rui Ferreira
Tem muitos anos de primeira Liga nas pernas e por isso sabe onde se colocar, como fazê-lo e até quando. Negou em cima da linha o golo de Roberto, quando Michael estava batido.
Pintassilgo
Apresentou-se cheio de "vergonha", mas ao intervalo perdeu-a nos balneários, de onde veio mais enérgico e destemido. Desperdiçou mesmo a chance clara da sua equipa.
Rodolfo Lima
Foi praticamente o único a merecer atenções redobradas e pelo seu flanco, o esquerdo, saíram os principais sinais de vida ofensiva do Portimonense.


Vítor Oliveira e o desperdício
"Também foi azelhice"
A "falta de eficácia" serviu para Vítor Oliveira justificar o empate, mas o técnico do Leixões foi mais longe. "A sorte também faz parte do jogo, tal como a azelhice. Também a tivemos, porque falhamos quando o mais fácil era marcar", declarou. "Fizemos uma primeira parte bem conseguida, mas depois tivemos menos qualidade, menos cabeça e abusamos do jogo directo", observou.
Na Feira
"Este empate não nos condiciona. Nunca alterei o 4-3-3 e jogamos sempre para ganhar. Seja em casa, fora ou pelo caminho"


Luís Martins refere espírito de luta

"Merecemos o ponto"
Luís Martins reconheceu que "o Leixões teve mais posse de bola e mais ocasiões de golo" mas encontra no "espírito de luta" dos seus jogadores o motivo para afirmar que "o Portimonense também mereceu o empate". "E tivemos duas oportunidades para marcar", acrescentou. "Abdicamos de alguma beleza para ficarmos com um ponto que nos dá motivação para o futuro", finalizou.
Contrariedades
"Prefiro jogar de forma mais aberta, mas tivemos contrariedades de última hora que nos condicionaram o processo ofensivo"

in Jornal "O Jogo";19 de Fevereiro de 2007

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