O jornal desportivo "O Jogo" publica hoje uma entrevista com Rui Correia, o novo treinador de guarda-redes do Portimonense. O final da carreira e este novo desafio foram os assuntos abordados nesta entrevista.
"Infelizmente não se pode jogar para sempre"
Aos 39 anos, Rui Correia decidiu pendurar as luvas, mas não é o adeus do ex-guardião ao Mundo do Futebol. Fechou-se um ciclo, que durava há 21 anos, para dar início a uma carreira como treinador de guarda-redes e que terá como ponto de partida o Portimonense, clube pelo qual acabou por optar, deixando para trás um convite para desempenhar as mesmas funções no Estoril, último emblema que representou. A decisão de abandonar os relvados não foi fácil, mas agora encara o futuro com entusiasmo.
Colocar um ponto final numa carreira de 21 anos foi decisão difícil?
"Depois de tantos anos ao serviço do futebol profissional, claro que não é uma decisão fácil de tomar e que exige muita ponderação. No meu caso, o facto de surgir a possibilidade de me manter ligado ao futebol, enveredando pela carreira de treinador de guarda-redes tornou tudo mais fácil."
Chegou a estar tudo alinhavado para que permanecesse no Estoril como treinador de guarda-redes. Mas acabou por rumar ao Portimonense.
"Precisamente. Recebi um convite do Estoril, que me honrou, só que acabei por não aceitar, porque entretanto surgiu o convite do Portimonense, que me foi endereçado pelo treinador, com quem tenho uma boa relação, e pelo Presidente, que já conheço do tempo em que era atleta do FC Porto. Era um convite que não podia recusar. Mas só tenho a agradecer a toda a estrutura do Estoril pela forma como fui tratado ao longo do ano em que lá estive, pelo convite e pela forma como aceitaram a minha decisão."
Tinha planeado pendurar as luvas este ano?
"Tinha ideia de jogar pelo menos mais um ano. Fisicamente sentia-me capaz, mas estou quase nos 40 e tive de pensar seriamente no meu futuro, porque infelizmente não podemos jogar para sempre. E quando surgiu a oportunidade de ir para o Portimonense, cheguei à conclusão de que o melhor seria agarrá-la, até porque sempre quis continuar ligado ao futebol. Sinto-me um homem extremamente feliz e com sorte por ter a possibilidade de fazê-lo."
O que o levou a prolongar a carreira até tão tarde? Jogar era um vício?
"Foi o mesmo que ao Oliver Kahn, ao Jens Lehman e ao Vítor Baía. É realmente o vício de jogar, enquanto te sentes útil e és aceite, porque se não o sentisse afastava-me. Mas ainda nos últimos três anos toda a gente me dizia: "Fantástico oh velho!" e isso dava-me força para continuar."
Curiosamente termina a carreira no mesmo ano que Vítor Baía, que foi seu companheiro no FC Porto e na Selecção.
"É verdade, por acaso ainda não conversámos os dois em relação a isso. Temos de falar para rirmos um pouco juntos. São coincidências da vida. Se calhar a pessoa que está lá em cima disse: "Os velhos têm de acabar agora, já chega de jogarem".
Ficou algum objectivo por cumprir?
"Tinha uma referência e um objectivo. O Vítor Damas, que infelizmente já não está entre nós, foi o meu professor, quando estava na formação do Sporting e ele era o titular da equipa principal. Admirava a forma de ele jogar e tinha o objectivo de acabar com a idade que ele acabou, aos 41 anos. Era a homenagem que lhe queria fazer, não consegui."
"Ser melhor como treinador do que fui como jogador"
Está entusiasmado com o novo projecto que tem em mãos?
"Claro, é um projecto ambicioso em termos de futuro e identifico-me com as pessoas e com o clube. Nos últimos dias, tenho visto muitos vídeos, lido livros sobre a forma de treinar os guarda-redes e conversado com muita gente. Estou a familiarizar-me com o que vou passar a fazer."
A família vai acompanhá-lo na nova aventura?
"Enquanto jogador a minha família acompanhou-me sempre, mas em primeiro lugar estão as minhas filhas e estando elas a estudar, é importante, nesta fase, proporcionar-lhes uma vida escolar estável para que sejam alguém no futuro, por isso, não posso pensar sequer em levar a família comigo. Esse era um assunto que já tinha sido definido mesmo se continuasse a jogar."
Que planos faz para o futuro? É um objectivo chegar a um clube com a dimensão daqueles que representou como jogador?
"Desejo continuar a ser a mesma pessoa dedicada, empenhada, séria e se possível, ambicioso, tentar ser melhor como treinador do que fui como jogador. Para já tenho orgulho de estar num clube como o Portimonense e vou tentar fazer um bom trabalho."
"O ponto mais alto foi o FC Porto"
Fecha-se um ciclo na vida de Rui Correia e é chegada a hora de fazer um balanço. Do longo trajecto enquanto jogador, foram cinco os clubes que o marcaram mais intensamente. O Sanjoanense, clube da sua terra e onde deu os primeiros passos no futebol, o Sporting, que lhe "abriu as portas para o futebol profissional", o Chaves que foi "a rampa de lançamento para chegar ao Braga e à Selecção", o Braga, onde viveu "seis épocas felizes", e finalmente o FC Porto, "o auge" da sua carreira e o "atingir de um sonho de adolescente". Rui Correia faz, pois, um balanço extremamente positivo dos 21 anos como guarda-redes, registando apenas dois negativos: "No Salgueiros foram tempos de crise e foi a minha primeira opção falhada enquanto atleta. Seguiram-se três simpáticos anos no Feirense e depois fui para a Ovarense, outra situação negativa. Foram tempos horríveis."
Títulos para recordar
O guardião não hesitou quando elegeu os momentos que guarda "com mais saudade" da sua vida de jogador: "Os títulos conquistados ao serviço do FC Porto - dois Campeonatos, três Taças de Portugal e duas Supertaças – e a participação na Liga dos Campeões, que são jogos completamente diferentes e que ficarão para sempre registados, é uma emoção diferente." Inesquecivel também a presença Euro'96, em Inglaterra, e o quarto lugar em Braga.
Treinadores de eleição
Rui Correia teve o "prazer de cruzar-se" com alguns treinadores que o marcaram. "Nunca esquecerei o meu primeiro treinador, o Zequinha, no Sanjoanense, aprendi muito com ele", começou por mencionar, antes de referir aqueles que, mais tarde, deixariam a sua marca: "António Oliveira, que confiou de forma ilimitada em mim, Vítor Manuel, Manuel Cajuda e José Romão. Foram extremamente importantes para mim. Também gostei do Litos, o último. É um treinador de futuro, com condições de igualar os outros."
Boa Sorte Rui, que sejas muito feliz no Portimonense!!!
12 comentários:
O Rui Correia sempre deixou transparecer uma grande simpatia e e um grande profissionalismo pelos clubes onde passou ao longo da sua carreira. Parece ser um elemento muito válido e que com certeza para além dos aspectos técnicos transmitirá aos guarda-redes do Portimonense uma imagem de profissionalismo e dedicação. Boa sorte Rui.
MENOS QUANDO NO TEMPO QUE O PACHECO ERA TREINADOR , O RUI VENDEU-SE AO MARCO.JOGAVA ELE NO FEIRENSE.
GOSTAVA DE SABER O VOSSO ORDENADO ??ESTE BLOG É DA DIRECÇÃO E ARANJARAM ESTES DOIS PORTISTAS COMO QUASE TODA A DIRECÇÃOÉ.
Ganho perto de 5000 euros, que é o tecto salarial do clube! Jurei fidelidade ao Jorge Nuno e sou devoto do grande Porto...Epah ganha juízo!!!! É melhor ires à PIDE denunciar todas as conspirações que sabes...
por acaso é verdade que ele se vendeu no celebre jogo que entrou e levou 3 golos do nada...
É MAIS UM TREINADOR QUE É DO PORTIMONENSE DESDE QUE NASÇEU.O SEQUEIRA É CONSIDERADO UM CHULO ENTÃO ESTES NÃO SÃO.
O Rui Correia diz a deteriminada altura na sua entrevista que tem andado a ver uns videos e a aprender como se treina guarda-redes ... Depois de 20 anos e quase 10 clubes por onde passou...
Parece que vem pela sua simpatia, pode ser que ajude a controlar aquele balneário
SÓ SE TIVER O CURSO DE SEGURANÇA.
Boa sorte, Rui.
Esperemos que este ano o portimonense alcance todos os seus objectivos.
Cumprimentos à equipa técnica!
Não sei se os seis comentários aqui feitos pelo indivíduo denominado 'anónimo' são da mesma pessoa, mas também não me interessa. O que está aqui em questão é o que dizem e a quem são direccionados.
Pelo meu nome já se percebe quem sou, mas para os mais distraídos eu posso explicar: Sou a Joana Correia, filha do célebre Rui Correia, ex-jogador e actual treinador de guarda-redes do Portimonense.
Não venho aqui para atacar ninguém, mas é-me um pouco complicado assistir a tanta ignorância junta e, pelos vistos, vinda de uma só cabeça. A de uma pessoa que de tão cobarde tem que nem o seu nome escreve. Isso não é digno, mas cada um faz o que pode e o que sabe.
Não vou enumerar os clubes e títulos que o senhor Rui Correia ganhou ao longo da sua brilhante carreira como jogador. O passado dele fala por si e quem sabe apreciar futebol profissional com certeza concordará. Como qualquer profissional, o meu pai trabalha para receber ao fim do mês, mas, essencialmente, porque o futebol é algo que o faz feliz e o ajuda a estar 'vivo'. Como tal, nunca se vendeu para prejudicar nenhum clube, nem mesmo para o seu próprio benefício. Quem trabalha dignamente consegue sempre os seus objectivos.
Relativamente aos 3 golos que entraram na sua baliza, não tenho nada a dizer. O meu pai, como qualquer guarda-redes, não joga sozinho, e se os golos se deram foi por falta de empenho e trabalho da defesa. Antes da bola chegar à baliza, passa por dez jogadores. Logo, para justificar essa derrota teríamos que responsabilizá-los a todos. Isto sim, é um conceito de equipa, para quem não sabe (que me parece o caso).
Respondendo ao último comentário, que apenas difere dos outros porque não existem tantos erros ortográficos, digo o seguinte: Para se ser médico, tira-se um curso de medicina. Para ser arquitecto, tira-se um curso de arquitectura. E para quem ainda não atingiu, ser guarda-redes não é o mesmo que ser treinador. Ninguém tira um curso para ser jogador de futebol, ao contrário do que sucede com os treinadores. Assim, é normal que numa fase de transição de jogador para treinador, uma pessoa que tenha objectivos sinceros e profissionalismo tenta instruir-se para melhor desempenhar a sua função.
É claro que para pessoas que não conhecem o meu pai de absolutamente lado nenhum, é complicado opinarem sobre o seu desempenho profissional ou questionarem o que estará ele a fazer no Portimonense. Mas isso já não me diz respeito. Cabe ao meu pai demonstrar o seu valor, se tudo correr bem.
Vamos ver o decorrer da época e, consoante os resultados, logo falamos todos aqui. Como deve ser. :)
Cumprimentos e uma boa época para o Portimonense, se possível, com um grande sucesso da equipa técnica!
Cara Joana Correia, em representação da administração do Blog, venho por este meio pedir as mais sinceras desculpas pelos impropérios de todo injustos dirigidos ao seu pai. Muitos dos comentários que aqui são feitos não passam obviamente por nós. Como Portimonenses que somos deseja-mos os maiores sucessos ao Rui Correia e aos restantes elementos da equipa técnica. Tive a oportunidade de conhecê-lo na apresentação do plantel e fiquei com a melhor das impressões. Boa sorte e mais uma vez as nossas desculpas.
Pedro Custódio
Esta miuda, para alem de responder com grande classe aos comentarios parvos feitos sobre o pai (havia de ser comigo!), assemelha-se muito mais ao que deveria ser um portimonense do que muitos outros que foram a todos os jogos da epoca passada so para rachar a equipa de alto a baixo... Convem começarem a pensar que grandes clubes EXIGEM massas associativas coesas, que cumprem a sua funçao apoiando o clube, nao enxovalhando-o. Estaremos a cumprir a funçao? Questiono-me... Para melhorar dentro do campo, temos tambem de dar o nosso contributo melhorando de fora. Talvez bater umas palminhas de vez enquando ou dar uns incentivos aos jogadores, nao?
Com votos de que esta epoca os sucessos venham ate ao nosso clube,
Força portimonense.
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