quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO - REVISTA FEVEREIRO DA AF. ALGARVE

Face à importancia do artigo publicado na edição de Fevereiro da Revista da AF. Algarve, tomei a liberdade de o transcrever na íntegra. Como não se encontra assinado, desconheço o seu autor, com o qual me identifico no conteúdo e que deveria merecer por parte de quem dirige os clubes a máxima atenção.

Muitas vezes constata-se que os departamentos de Formação dos clubes são constituídos por técnicos devidamente qualificados e o que acaba por falhar é a política/gestão desportiva que não corresponde nem dá a devida atenção ao trabalho desenvolvido nas Camadas Jovens. Muito se fala na Formação e na importância da mesma, mas na realidade acaba por ser uma bandeira utilizada para atingir outros objectivos bem distintos e no fundo os clubes continuam a ignorá-la e continuam a apostar em empresários e negócios de duvidosa qualidade...

Peço-vos que leiam com atenção:

"A crise económica mundial está a afectar todo o tipo de actividades, em graus porventura diferentes mas com grande intensidade. O futebol não escapa a esse fenómeno e são vários os sinais de alerta, em particular nos países em que o negócio não tem uma expressão significativa e já passava por problemas. Surgem sempre notícias de negócios chorudos e de milionários dispostos a desembolsarem boas somas para terem nas suas equipas os melhores jogadores do Mundo mas o sentimento geral é de pessimismo, por uma lógica que não custa entender. Com várias actividades muito afectadas pela crise, os patrocínios diminuem, face às dificuldades vividas pelas empresas, e muitos clubes, que já sentiam muitos problemas para fazer face aos seus compromissos, vivem situações cada vez mais desesperantes.

No caso português, o pouco movimento registado no mercado de Inverno – o mês de Janeiro foi dos mais calmos dos últimos anos, no que toca a transferências – reflecte os sinais evidentes de crise. O dinheiro escasseia e o habitual escape de muitos dos nossos clubes, a venda de passes de futebolistas para fazer face a balanços constantemente negativos, deixou de apresentar-se como um recurso fácil, pois os mercados receptores apresentam-se cada vez mais fechados. A crise toca a todos...

Nestas alturas, quem trabalha na formação com mais qualidade está melhor preparado para enfrentar um quadro de diminuição de recursos. Promover um júnior afigura-se como uma solução preferível à contratação de um estrangeiro de qualidade duvidosa, desde que o jovem tenha ao longo do seu percurso beneficiado do apoio de uma estrutura competente.

Quando há dinheiro, os dirigentes (muitas vezes pressionados pelos treinadores), preferem quem mais garantias lhes oferece, geralmente jogadores mais experientes; quando os recursos escasseiam, como agora sucede, há muitas vezes a tendência para olharmos melhor para o que temos em casa.

Infelizmente, em muitas situações, e por o trabalho na formação não merecer a devida atenção, não resta muito por onde escolher... Ora a crise económica parece estar para durar, o que significa quem melhores estruturas dispõe na área da formação mais possibilidades terá de afirmar-se, no capítulo competitivo, nos anos mais próximos. Porquê? Porque poderá recorrer à prata da casa, sempre mais barata, que mais não seja por não se tornar necessário o pagamento de alojamento ou alimentação. E se tempos houve em que não se faziam contas, por a soma das ajudas das empresas e dos subsídios das autarquias "taparem" os buracos que iam surgindo, agora a realidade é outra. Sucede que, escasseando os recursos, quem não dispõe de um departamento de futebol juvenil com dirigentes e técnicos competentes dificilmente o conseguirá construir neste quadro. No tempo em que tal teria sido relativamente fácil, houve sempre a tentação de contratar mais um estrangeiro, esquecendo quem estava à porta de casa, com a agravante de se afastar os adeptos que iam ver jogar a gente da terra... Perderam-se talentos e perdeu-se, também, boa parte da ligação entre as gentes das nossas cidades, vilas e aldeias e os seus clubes, diminuindo o público presente nos estádios.

Ainda vamos a tempo de recuperar? Sim, mas quem apostou na formação está, sem dúvida, bem melhor preparado..."

7 comentários:

Anónimo disse...

Excelente artigo publicado pelo Guetov. Tudo isto escrito é muito bonito, agora na prática é que não se vê nada. Vejamos....as camadas jovens do Portimonense sempre andaram nos nacionais exceptuando este ano com a descida dos juvenis e dos iniciados aos campeonatos distritais. Mas sempre foram equipas que estiveram nos nacionais durante anos! Os Juniores actualmente com a presença na fase seguinte dos nacionais são uma excepção. Porém com a presença habitual destes miudos nos nacionais poucos foram os que transitaram para o Futebol Sénior.......poucos foram não!!! Alguns e muitos deles foram parar ao Lagoa que está em primeiro na 2ª Divisão e excelentes resultados têm dado! Porquê???? Porque se continua a dar aos outros o que o PSC formou! E depois vai-se buscar brasileirada sem provas nenhumas e com o desconhecimento total do que eles podem render! A Direcção devia olhar um pouco mais para a Formação e talvez deveria ser boa ideia criar uma equipa B sub-23 para não deixar fugir estes miudos assim que chegam a Seniores. Força Formação! Assinado: Um PAI

Bruno disse...

concordo com o que foi dito.

Dizem que estamos em crise,então como é que será que se justifica que o Portimonense em 3 epocas teve cerca de 70 e tal jogadores!?

E da formação ora deixa cá ver,foi promovido o Sapateiro,André e Códo,ambos emprestados em Lagoa...e dispensado o Ruben...é esta a nossa forte aposta na formação,prometida...

Anónimo disse...

E que condições tem o Portimonense para se desenvolver um trabalho com qualidade na formação? ainda nem luz há no sintético? onde foi parar o dinheiro da CMP? Foi parar aos bolsos daqueles que pouco ou nada fazem por estes miudos.

Anónimo disse...

falar em furmaçao e muito complicado.a furmaçao e so para entrar os subesidios pro futebol profisional.porque quem tem dois jogadores internacinais da furmaçao,roberto e o ruben e sao despensados.o que pode-seesperar destes directores que vao ao brasil buscar tres brasileiros pra furmaçao dos tres nao fazem um

Anónimo disse...

Exelente artigo guetov!Finalmente vejo que algumas pessoas deste blog estão a entrar na realidade do que deve ser um verdadeiro clube de futebol e não uma empresa do mesmo.No entanto e para que isso aconteça os socios terão sempre que ter uma palavra muito importante quanto ao rumo que o PSC,quer seguir se é contratar jogadores de qualidade duvidosa com ordenados altos ou apostar na formação e lançando-os a seu tempo no escalão principal com a vantagem de sair mais barato talvez com melhores resultados e dar mais gozo aos socios porque são da terra e formados no clube.Isto dentro de um projecto a medio prazo mesmo que eventualmente se tenhaque passar por descida de escalãO(que ao que tudo indica irá acontecer este ano com muita pena minha ,oxala eu me engano). ass JADS49

Ruben disse...

Eu não me importava nada de não ter equipamentos nike, de não ter "craques" brasileiros e argentinos, de não ter torniquetes, de não ter cadeiras, de não ter marcador electronico, ou até de jogar uma divisão abaixo mas pelo menos ver jogar na equipa sénior mais gente formada no clube e de preferencia com uma pala para não apanhar chuva ;)

Anónimo disse...

Estou espantado por finalmente aperceberem-se da realidade do nosso clube.
Agora é confrontar esta direcção numa Assembleia Geral !!
Os sócios precisam de ter mais intervenção no clube,não é só ir aos domingos á bola e passar o jogo todo ou a assobiar ou a bater palminhas. O clube é dos sócios!!!

Ass: Alemão